10 diplomatas que marcaram a história do Brasil
Postado 28/01/2022Desde 1970, comemora-se no Brasil o Dia do Diplomata. A data foi estabelecida pelo Decreto 66.217 e marca o nascimento, em 1845, do Barão do Rio Branco, considerado o patrono da diplomacia brasileira. Neste conceito trouxemos um artigo com os 10 diplomatas que marcaram a história do Brasil.
Alexandre de Gusmão (1695 – 1753)
Os esforços envidados na delimitação de nosso território remontam ao período colonial, no qual a gradual obsolescência do Tratado de Tordesilhas (1494) reacendia as disputas lindeiras entre Portugal e Espanha, na América do Sul. Nesse processo, foi fundamental a negociação do Tratado de Madri, de 1750, na qual se destacou Alexandre de Gusmão, o “avô dos diplomatas brasileiros”.
José Bonifácio de Andrada e Silva (1763 – 1838)
José Bonifácio foi um homem à frente de seu tempo. Não à toa é conhecido como “Patriarca da Independência” e o “Primeiro Chanceler do Brasil”. Entre suas ideias centrais, encontram-se a defesa da abolição dos escravos, a integração das comunidades indígenas e africanas, a reforma do ensino e do uso da terra e a autonomia de atuação externa do país.
Duarte da Ponte Ribeiro (1795 – 1878)
O “fronteiro? mor do Império”, era português de nascimento, tendo chegado ao Brasil aos 14 anos, na frota que trouxe D. João VI para a Colônia, em 1808. Ponte Ribeiro foi o responsável por resgatar o princípio do uti possidetis para resolver as disputas de lindeiras do Brasil imperial com as repúblicas vizinhas. Esse argumento jurídico, segundo o qual o território pertence a quem tem o controle de fato sobre ele, já havia sido usado por Alexandre de Gusmão, ao negociar o Tratado de Madri (1750).
José Maria da Silva Paranhos, Visconde do Rio Branco (1819 – 1880)
Segundo o historiador José Murilo de Carvalho, “o mais brilhante diplomata do Império”. Além de seu talento para a diplomacia, o Visconde foi também o Presidente do Conselho de Ministros mais duradouro do período imperial.
Paranhos, político expoente do Partido Conservador, representou a glória e a decadência do Império. Foi durante sua chefia de gabinete que a Lei do Ventre Livre foi aprovada, o que representou a consolidação do processo de abolição da escravatura e de declínio de uma das bases de sustentação do regime.
José Maria da Silva Paranhos Júnior, Barão do Rio Branco (1845-1912)
O trabalho de Rio Branco como chanceler foi fundamental na consolidação definitiva das fronteiras nacionais. Nesse período, destaca-se a resolução das disputas envolvendo as questões de Palmas, do Acre e do Pirara. A grandeza desses feitos, entretanto, tende a ofuscar, segundo Ricupero, outras contribuições de Rio Branco para a nossa diplomacia, como a de ter idealizado e posto em prática o que, possivelmente, foi a primeira concepção universalizante da nossa política externa, articulada, assim, num sistema completo e coerente.
Rui Barbosa de Oliveira (1849-1923)
Rui Barbosa foi, sem dúvidas, o nome mais importante do primeiro período republicano brasileiro.
Embora não fosse diplomata de carreira, Rui Barbosa teve momentos de destaque na história da política externa brasileira. Em 1916, ele representou o Brasil nas comemorações do centenário da independência da Argentina. Na ocasião, discursou sobre a questão da neutralidade na guerra para o direito internacional. Sua atuação contribuiu para a entrada do Brasil na 1ª Guerra Mundial (1914-1918) ao lado da Tríplice Entente.
Oswaldo Euclides de Souza Aranha (1894 -1960)
Aranha foi um dos grandes defensores da insurreição armada que iria pôr fim à República Velha e dar início à Era Vargas. Em sua longa trajetória pelo Itamaraty, exerceu importante influência sobre o presidente Vargas no sentido de aproximar o Brasil dos Aliados e romper com o Eixo. Foi, assim, um importante contraponto às correntes nazifascistas que atuavam no seio do Estado Novo
Francisco Clementino de San Tiago Dantas (1911 – 1964)
San Tiago Dantas tem seu nome gravado no panteão diplomático brasileiro em razão de um grande feito: contribuir para a renovação e universalização da política externa nacional, até então presa ao paradigma americanista inaugurado pelo Barão, o qual não se adequava mais aos novos tempos e às novas necessidades e potencialidades do Brasil. San Tiago vislumbrou o que ficou conhecido posteriormente como Política Externa Independente, um novo conjunto de princípios de atuação diplomática responsável por ampliar e aprofundar a presença brasileira no mundo.
João Augusto de Araújo Castro (1919- 1975)
Castro desempenhou toda a sua carreira na vida pública como diplomata. Idealista em seus objetivos, mas pragmático em seus métodos, tornou-se um dos expoentes da Política Externa Independente – tradição diplomática que havia sido inaugurada por Afonso Arinos de Melo Franco, quando Jânio Quadros chega à presidência.
Em de 19 de setembro, de 1963, Araújo proferiu, na XVIII Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, o seu famoso discurso dos “Três D’s”, no qual pugnava pelo desarmamento, pelo desenvolvimento e pela descolonização. Outro elemento marcante na sua visão era a tendência do sistema internacional no sentido de um “congelamento do poder mundial. ” Para ele, “quando falamos do poder, não falamos apenas do poder militar, mas também do poder político, poder econômico, poder científico e tecnológico. ” Esse tipo de estrutura sistêmica impedia o desenvolvimento do Brasil e uma inserção internacional equânime dos países em desenvolvimento.
Antônio Francisco Azeredo da Silveira (de 1917 – 1990)
Embora tenha exercido suas funções diplomáticas durante a ditadura civil-militar, Azeredo da Silveira foi competente e inovador o suficiente para deixar sua marca indelével na história da política externa brasileira. Enquanto chanceler durante o governo Geisel, Silveira foi responsável pela execução de uma estratégia de aprofundamento da inserção internacional brasileira que ficou conhecida como Pragmatismo Responsável e Ecumênico, que correspondeu à crescente abertura política no âmbito doméstico.
Fonte: Sapientia